1) Présentation, nom d'un chien!
Bon jour...
Olá! Meu nome é Yuri. Sobrenome: Palazzo de Almeida (mas isto não é oficial, pois não tenho registro de nascimento, passado em cartório, apenas um certificado de vacinação, que me serve de identidade). Sou um yorkshire, de aproximadamente dois anos no momento em que começo a escrever estas linhas.
De imediato, corrijo o nome deste blog -- sobre o qual possuo apenas controle indireto, uma vez que tenho de pedir ao meu mestre (sort of) para dedilhar estas minhas instruções -- que o meu "passeador" costumeiro pretende fazer em minha intenção. Pelo menos, ele diz pretender registrar minhas reflexões sobre o mundo, sobre o Brasil, e até sobre ele mesmo (e provavelmente ele fará alguns outros registros sobre mim, sem que eu possa controlar inteiramente o que ele vai escrever).
A rigor, ele não é o meu mestre (que parece se tomar por um novo philosophe), mas apenas o meu acompanhante.
Meu mestre, ou melhor, minha dona, é a filha deste que pretende escrever por mim, Maíra Palazzo de Almeida, uma simpática pós-adolescente, universitária cheia de sonhos, que ama muito os animais -- a ponto de ter pretendido ser veterinária, e que depois desistiu ao descobrir como as faculdades de veterinária tratam mal os animais --, que me adora, mas que, como todo jovem nessas circunstâncias, passa mais tempo na faculdade, fazendo trabalhos com as amigas, com o namorado, e quase não tem tempo de sair comigo.
Ela "deixa", portanto, seu pai -- este que se intitula meu mestre, o que é de verdade uma grande pretensão -- assumir a maior parte do tempo os encargos diários que possam contemplar minhas necessidades peculiares, de fato extremamente moderadas. Ele sai comigo, ou melhor, me acompanha, pois eu o levo para onde quero. Ele tem tanta confiança em mim, que já me passeia sem coleira e algumas vezes me deixa solto, por ai, sabendo que eu voltarei correndo, inapelavelmente, após alguns momentos de randonnée (para os que não sabem francês, eu recomendaria um pequeno dicionário Larousse, que dá para quebrar o galho).
Devo reconhecer que o meu acompanhante é bastante cordato comigo, até mesmo compreensível com minhas necessidades fisiológicas e até filosóficas: todos os seres vivos adoram a liberdade, ele deve saber.
Assim, depois de certo tempo no laço -- provavelmente preocupado que eu me perdesse por aí, que fosse atropelado por algum carro, triturado por um desses mastins que por vezes andam soltos, ou que eu saísse correndo atrás de alguma demoiselle cheirosa, ele acabou rendendo-se às evidências e, certo de meu natural tranquilo, concedeu-me agora o direito de me deixar inteiramente livre. Eu, como todo ser consciente, prezo muito minha liberdade e mobilidade.
Depois de uma ou outra escapada inicial, ele já não se preocupa tanto comigo, pois sabe que eu voltarei ao cabo de alguns minutos de passeios por "terras incógnitas".
Com isso, aliás, ele tem mais tempo de sentar-se num banco, fazer mais algumas reflexões philosophiques, e transcrever suas revêries para o caderninho de notas que ele sempre carrega no bolso, junto com uma caneta e o iPod ou o fone do rádio-telefone.
Enfim, como saímos muito juntos, e acumulamos diversas reflexões sobre a vida, o país e as pessoas que o habitam, e até alguns pensamentos sobre o mundo e seus problemas, eu decidi que seria interessante que ele pudesse registrar os MEUS pensamentos, que transmito a ele por telepatia.
Ele acolhe meus argumentos com prazer, tanto porque ele também é dado a esse tipo de reflexão, que registra cuidadosamente em seus caderninhos de notas, ou transcreve depois para os seus blogs, ou para os muitos trabalhos que escreve no computador (enquanto eu fico deitado ao lado de sua mesa de trabalho).
Creio que ele é um bom promeneur, por isso lhe dou essa chance de recolher minhas divagações feitas ao longo de nossos itinerários diários, geralmente feitos noite adentro, quase de madrugada, quando o bairro está tranqüilo e aqueles cachorros chatos já não perturbam mais o meu caminho.
Vou registrar algumas idéias, sendo que eu detenho o copyright exclusivo pelas idéias e argumentos aqui expostos, meu passeador sendo apenas retribuído pela sua tarefa de digitador com meu carinho e a atenção que lhe devoto, fazendo-lhe companhia no decurso de suas longas noites de trabalho no computador.
Espero que ele seja fiel ao que verdadeiramente penso, pois não tenho muito jeito com o teclado de computador, sendo já dificil eu manipular textos escritos ou na tela (minha visão distingue pouco as cores).
Sou um ser reflexivo e altamente racional. Creio que meu passeador também.
Acho que vamos nos entender bem na continuidade destas anotações iniciais, e ao longo dos próximos anos.
Até a próxima!
(Brasília, 6 de novembro de 2008)
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